Soneto inglês
Mário Scherer AMLERS
Cad. 04
O soneto inglês alcançou seu ápice no final do século XVI
até uma dezena de anos do século seguinte.
Mais de duzentos anos
após Petrarca ter
expandido o soneto pela
Europa, na forma em
que conhecemos, com
quatorze versos , em
dois quartetos
com rimas
abraçadas e dois tercetos
separados por estrofes
- chamado de soneto italiano-, na pena de Shakespeare, e outros
tantos poetas
ingleses, sofreu pequenas variações.
Manteve os quatorze versos ,
mas sem
a separação estrófica, sendo que as rimas
dos quartetos não
eram coincidentes e a chamada chave de ouro ocorria não em um terceto , mas em um dístico final com rima parelha , este afastado, graficamente, duas letras
do restante dos doze versos para que tivesse o destaque necessário.
Os bardos ingleses cantavam nestes sonetos a beleza de suas
damas eleitas e a impossibilidade de sua conquista. Este era o tema recorrente.
No canto de Petrarca,
Camões e Shakespeare o soneto se eternizou.
E, talvez , ainda
seja a forma mais
bonita de se fazer
versos , na difícil
tentativa de encontrar
a Poesia.
Beleza e Natureza
Mário Scherer
Expõe a natureza os seus arcanos
Aos olhos que ao belo sempre zelam
Os deuses que no céu não encontramos
Dançando em folhas secas se revelam.
Em grandes alfarrábios debruçados
Confabulam os sábios em triste tela
Conceitos que seriam desvendados
Debruçados estivessem à janela .
É teu perfume que perfuma a flor,
Estes mistérios que revelam a mim
A plena eternidade do amor.
Se audaz eu souber desvendar teu véu ,
Sábio e feliz, terei nas mãos o céu.
- O Estado Socioambiental e a Filosofia da Natureza em Hegel; E.A. Orci Paulino Bretanha Teixeira