Virtude e Verdade

VIRTUDE E VERDADE

Acadêmico Luiz Fachin

A Busca por respostas acerca das indagações sobre os sucessivos estágios da Maçonaria, seus ensinamentos, o significado de seu hermetismo e o conteúdo da sua liturgia são os temas abordados por Luiz Fachin em seus Livros, Virtude e Verdade - Graus Simbólicos - TOMO I, e Gaus Inefáveis - TOMO II.

Editados pela AGE, nas 388 páginas do primeiro e 243 páginas do segundo, o Autor explica que os estágios de Aprendiz, Companheiro e Mestre, propósito desta obra, constituem-se no primário e sucessivos Graus Simbólicos de estudos, com que, juntamente com os consecutivos, do Grau 4 ao 14, a Maçonaria tem como aspiração de auxiliar no aperfeiçoamento do homem, seja ele Maçom ou mesmo pessoa que ignora esses conhecimentos.


Expõe o Autor que o trabalho de comentar o simbolismo, a filosofia e o conteúdo hermético dos Graus Maçônicos, tem por essência a formação do indivíduo e de aproximá-lo ao Ser Supremo, amestrando-o para que leve a efeito o bem, o justo, o belo, e por essa forma a sua alma se purifica e se prepara para conhecer a Verdade, condição absolutamente necessária para o progresso individual e a ordem dada à vida social, pois, à medida que o homem se apropria do conhecimento, amplia a visão e a percepção do admirável, e a sua consciência alcança o belo da inteligência.




Os estágios de “Cavaleiro”, ora desenvolvidos, constituem-se nos denominados Graus Capitulares, com os quais são examinados os extraordinários fatos religiosos, políticos e sociais, ocorridos na vida dos povos, sejam os narrados no conjunto dos Livros Sagrados ou mesmo nos registros históricos da vida da humanidade em geral.

Bem assim, na Maçonaria, a representação do “Cavaleiro” é de pessoa que já superou as suas deficiências e é capaz de controlar as tendências para os exageros, portanto é a imagem da individualidade detentora de um perfeito autodomínio e, de modo mais sensível e adequado, é possuidora de habilidades, resultantes de conhecimentos já adquiridos, para mais bem compreender as forças ativas que conservam a ordem natural de tudo quanto existe.

Por efeito, a pessoa que tem a referida formação também se dispõe a aceitar modos diferentes de pensar e, por isso, jamais impedirá a propagação de ideias inovadoras e de princípios briosos, que transformam os aspectos culturais, porque são a causa do aprimoramento e do desenvolvimento, peculiares à evolução social.

Aliás, depois de conhecer os temas relacionados com a defesa da liberdade, com a tolerância religiosa, com a democracia e o respeito pelos direitos fundamentais do gênero humano, desenvolvidos nesta obra, em todo o tempo, constituem-se no trabalho dos “Cavaleiros”, a exemplo de outros progressos que se tornaram reais e que se sucederam por intervenção de Maçons.


 

A liturgia que oferece cada um dos Graus sucessivos do Kadosch, sob a aspiração de contribuir para o processo de desenvolvimento intelectual e moral das pessoas, em sua exposição sistemática, apresenta uma mudança substancial acerca da compreensão da Maçonaria, porquanto mostra de modo bem perceptível a persistência da ponte para aqueles que tem o propósito de continuar ultrapassando o domínio das trevas para a Luz.

A proposição, pois, é de examinar as leis descritas nas referidas Oficinas Litúrgicas, que auxiliam e indicam a direção do roteiro para se distanciar da ignorância e se aproximar da iluminação do espírito.

Pelo lado de essência mística, além da ponte referida, que simboliza a vitória sobre adversidades, a produção doutrinária maçônica dedica a atenção ao templo da razão; evoca o pensamento prestigioso de resguardar o direito e o gozo dos valores coletivos; faz alusão à Torre de Babel, Noé e à sua Arca; desenvolve textos com fundamento na coletânea dos primeiros livros Bíblicos; focaliza, en passant, as questões sobre as Cruzadas e Ordens de Cavalaria.

Pelo lado do comportamento moral e funcional da natureza humana, tributa apoteose ao trabalho e apoia o livre exercício de diferentes ofícios e carreiras; irradia a verdadeira liderança e a soberania da vontade popular; ativa a observação direcionada à energia e à luz do sol para que seus discípulos, em posição afim, resplandeçam aos semelhantes a paz, a alegria e o amor, apoiados na ordem e no progresso; reserva afeto à glorificação das belas artes e ao luxo; e é pertinaz em influenciar aos que seguem por esse caminho também à apropriação do conhecimento no ramo das ciências e ao exercício das virtudes morais.



Nas circunstâncias da Maçonaria, Consistório são as câmaras onde se realizam as Sessões nos Graus 31 e 32, que se afeiçoam de liturgia com significado interessantíssimo por instruírem o indivíduo quanto: a aplicação da Justiça e da Equidade; o modo pelo qual a Maçonaria se organiza; e à Cripta que constituem as verdades espirituais ou os Sábios designados como grandes reformadores que apontam o rumo da humanidade.

Por efeito, esta obra trata, por primeiro, de conseguir formular ideia de que, quando se tem no íntimo a consciência limpa, a tolerância e a humildade se avultam e se caracterizam como atitudes amorosas, por conta disso, o coração também fica em situação de graciosidade; e, em sincronia, as adversidades da vida são resolvidas sem dolências físicas, psicológicas ou morais.

Versa, também, sobre a organização da Maçonaria, a qual, tal como é em qualquer instituição, quando o sistema conserva sua força e ação em disposição ordenada, obtém, por consequência, resultados com regularidade e proveitosos; aliás, terá sempre bom êxito se ficarem decididamente definidas as disposições necessárias para as funções a que se destinam. A Cripta das Grandes Luzes, por seu lado, põe às claras que o processo dos elementos culturais da humanidade é elaborado, desenvolvido e aprimorado a partir de pessoas que orientam o espírito humano e, por isso, são dignas de servir de exemplo.

O Grau 33, no que lhe concerne, sintetiza questões importantes de estágios precedentes, mas, em especial, recomenda ter presente no espírito: a simpatia, o afeto, a proteção, a piedade, a tolerância, a humildade, a solidariedade e a fraternidade, enfim, a fidelidade aos juramentos maçônicos.

O autor

É Bacharel em Ciências Jurídicas e advogado inscrito na OAB-RS. Foi iniciado em 1994 na Loja Fraternidade Farroupilha n.º 2367, do Grande Oriente do Brasil – RS, onde exerceu os cargos oficiais principais e é atual membro. Em 2010 foi Grande Mestre Estadual da Diretoria Executiva do Grande Capítulo Estadual do Rio Grande do Sul para o Supremo Conselho da Ordem DeMolay para o Brasil. É atual Grande Secretário de Educação e Cultura do GOB-RS. É membro efetivo da Soberana Congregação Patriarcal do Grau 33, ao Poder Central, Grande Vale Central, da Maçonaria Adonhiramita. Exerceu presidências e outros cargos nas Oficinas Litúrgicas do Grande Vale do RS, bem como o cargo de Delegado Adjunto da Delegacia Regional do Rio Grande do Sul. Atual Presidente da Comissão de Liturgia da Delegacia Litúrgica do RS. Por Ato sob n.º 7817, do Sob Gr Comendador, foi reconhecido Grande Inspetor ao Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito. É membro da Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul, onde ocupa a Cadeira n.º 5.

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