Deus a Consciência e o Gene

S. B. Seitenfus
"Este livro contém uma combinação de estudos, os quais, ao longo da dissertação, apresentam liames que mostram que o desfecho encontrado é uma possibilidade racional.

Nunca pensei em escrever, mas aos poucos fui amadurecendo a idéia de que a morte traz consigo a perda de todo o conhecimento, seja ele pouco ou muito, adquirido durante a vida, e isto nos diz haver certa inutilidade em tudo. A transmissão do que se pensa é uma das maneiras de manter-se vivo. Mas, principalmente, é uma forma de possibilitar a outros que analisem o raciocínio e, se dele puderem tirar uma ou duas idéias para melhorarem as suas próprias vidas, já teremos alcançado o objetivo.

Pretendi apresentar o ser humano frente ao universo, as suas indagações e expectativas, o que faz para manter-se lúcido e esperançoso ao mesmo tempo, enfim, a sua relação com o cosmos e consigo mesmo. Para tanto, trouxe diversos pontos de convergência do ser humano, suas crenças, superstições, realidade, conduta, condensados nas instituições que fomos estruturando à medida que avançamos. Neste sentido, as Profecias e a Declaração dos Direitos do Homem aparecem como a representação das crenças e da realidade humanas. Mas há outros pontos que tentam dar ao texto uma visão mais ampla ao leitor, que permita a ele chegar a uma conclusão pessoal. Este o fim de nosso livro.

Procurei juntar dados e mostrar ao leitor a grande gama de possibilidades que tem a vida, e que podemos nos posicionar conscientemente frente a ela e mesmo assim sermos felizes.

Não vou entrar no ramo das ciências biológica, antropológica, sociológica e outras, mas utilizarei seus resultados, as soluções que encontraram quando dos estudos realizados, científicos ou não.

A luta do bem contra o mal é a mesma da tentativa de prevalência do espírito sobre a matéria. Das determinações pré-estabelecidas do gene em confronto com a consciência humana e suas expectativas de entender a vida haverá um resultado que, tenho a certeza, penderá, ao fim e ao cabo, ao espírito. Não gostaria que julgassem com isso que atribuirei a vitória a uma intervenção divina, que conduzirá nossos passos em sendas de glória, porquanto a conclusão terá desfecho diferente, para o qual, espero, venha a ter apoiadores.

Os seres humanos uniram-se em sociedades e estabeleceram as suas regras de convivência baseados em posições de Direito Natural, na Ética, na Moral e no Direito Positivo. São atitudes sedimentadas na consciência e não na inteligência primordial do gene e suas determinações. Terá ele começado a perder o total controle sobre a sua máquina de sobrevivência, ou será que o gene a tudo previu e continua sendo o motorista desse veículo orgânico? Até onde o gene ainda é condutor, até onde já é passageiro, é o que pretendemos encontrar ao final deste livro.

Algumas avaliações que faço ainda não estão definidas pelas ciências respectivas, porque não chegaram a tal profundidade, o que torna a abordagem um tanto perigosa. Assumi o risco porque entendo que o caminho já tem suficiente passagem. Outras são conclusões originadas em questões de cunho espiritual. Creio que o leitor encontrará respostas a muitas de suas indagações.

Pretendo que o homem seja visto no presente considerando o que ele deverá vir a ser no futuro. Se olharmos para um futuro longínquo do ser humano e entendermos as suas imensas possibilidades frente à natureza, temos melhores condições de compreendê-lo. Desde que adquiriu a consciência o homem passou a ser uma aposta genética que ultrapassou os próprios limites do gene. Tornou-se um potencial totalmente aberto, dentro de um quadro que cresce geometricamente. As limitações impostas por dogmas extraídos de momentos de evolução do homem cairão como folhas no outono. São partes de sua trajetória, mas ao mesmo tempo tendem a diminuir o seu caminho. As criações humanas, na área científica, ou social, que iremos apresentar aos leitores, mostram um ser querendo escapar de uma casca que o oprime, embora não se possa negar que elas fazem parte de sua campanha evolutiva (
S. B. Seitenfus)."

Fonte: http://www.flashsb.com.br/index.php?setor=18&N=2423

O autor
Sérgio Bastos Seitenfus é advogado em São Borja, RS