JOSÉ MARIA DA SILVA PARANHOS JÚNIOR (BARÃO DO RIO BRANCO).
Foi Maçom, advogado, promotor de
justiça, político, jornalista, periodista, diplomata, geógrafo, historiador,
escritor e Acadêmico da Academia Brasileira de Letras.
Alcunhas: Paranhos Júnior, Juca
Paranhos ou, simplesmente, Juca.
FILIAÇÃO:
Teresa de Figueiredo Faria e José
Maria da Silva Paranhos (o Visconde do Rio Branco: Maçom, militar, político,
estadista e diplomata).
NASCIMENTO:
Nasceu no dia 20 de abril de 1845,
no Rio de Janeiro (na época era a Capital do Brasil). Foi o primogênito de nove
filhos.
Curiosidade: ele nasceu
cinquenta e um dias após o término da Revolução Farroupilha.
INFÂNCIA:
Aos 7 anos – 1852.
O Visconde do Rio Branco (pai de
Paranhos Júnior) concluiu um acordo que pôs fim a questão de limites entre
Brasil e Uruguai. (O Uruguai, que era a Província Cisplatina, tornou-se independente
do Brasil em 1828, através do Tratado de Montevidéu).
Aos 10 anos – 1855.
Ingressa no Colégio Dom Pedro II.
Suas melhores notas eram em história e literatura.
JUVENTUDE:
Aos 17 anos – 1862.
Ingressa na faculdade de Direito
de São Paulo.
Aos 18 anos – 1863.
Publica na revista “Popular” uma
biografia do heróico Luís Barroso Pereira (Capitão de fragata), comandante da
fragata Imperatriz envolvida na Guerra da Cisplatina (conflito militar que teve
a duração de quinhentos dias).
Curiosidade: possuía o hábito
de colecionar mapas e documentos.
MATURIDADE:
Aos 21 anos – 1866.
Recebe o título de bacharel na
Faculdade de Direito do Recife.
Ilustra e escreve sobre a Guerra
do Paraguai (1864 – 1870) no jornal semanal francês L’lllustration.
Aos 22 anos – 1867.
Eleito membro do Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro.
Empreende viagem a Europa para
aperfeiçoar seus conhecimentos. Impressiona-se com bibliotecas e arquivos,
especialmente a Torre do Tomo, em Lisboa (inaugurada em 1378).
Aos 23 anos – 1868.
Retorna ao Brasil, substitui, por
três meses, a Joaquim Manuel de Macedo (autor de A Moreninha) como professor de
história e corografia (estudo de geografia de um determinado lugar) do Brasil
no Colégio Dom Pedro II.
Exerce o cargo de Promotor
Público da cidade de Nova Friburgo – RJ.
Acompanha o pai em missão
diplomática ao Uruguai e ao Paraguai.
Aos 24 anos – 1869.
Eleito Deputado Geral pela
Província de Mato Grosso, por duas legislaturas, até a 1875. Fazia parte dos
quadros do Partido Conservador.
Demonstra interesse pela campanha
abolicionista e pela Guerra do Paraguai.
Aos 25 anos – 1870.
Fim da Guerra do Paraguai sob a
atuação do ministro plenipotenciário José Maria da Silva Paranhos. Paranhos
Júnior o acompanhou na missão diplomática em Assunção.
José Maria da Silva Paranhos
recebe o título de Visconde do Rio Branco (Rio Branco, nome de um pequeno rio
no Mato Grosso, que o Paraguai reivindicava como sendo a sua fronteira com o
Brasil. Ao fim da disputa o Rio Apa foi estabelecido como tal).
Aos 26 anos – 1871.
A 28 de setembro, através da
atuação firme de José Maria da Silva Paranhos (o Visconde), a Princesa Isabel
assina a Lei do Ventre Livre ou Lei Visconde do Rio Branco.
Aos 27 anos – 1872.
Paranhos Júnior passa a viver com
a atriz Belga Marie Philomène Stevens (ela tinha 22 anos), que ele conhecera na
casa de espetáculos Alcazar Lyrique, no Rio de Janeiro. A família de Paranhos
Júnior desaprova a relação.
Aos 28 anos – 1873.
Retorna ao jornalismo, foi
redator e posteriormente diretor do periódico A Nação, de propriedade do Padre
João Manuel, sendo companheiro de Gusmão Lobo, destacando-se na luta pela
libertação dos escravos e debates sobre política internacional, em especial sobre
limites territoriais.
Nasce o seu primeiro filho, Raul.
Marie Philomène e Raul passam a
residir em Paris.
Aos 29 anos – 1874.
Nasce o seu segundo filho, Marie
Clotilde.
Aos 30 anos – 1875.
Desiludido com a política,
Paranhos Júnior ingressa na carreira diplomática.
Aos 31 anos – 1876.
Abandona o jornalismo.
Assume o cargo de Cônsul-Geral em
Liverpool, pelo empenho do Maçom Duque de Caxias. A sua nomeação foi assinada
pela regente Princesa Isabel. Dom Pedro II gostaria que ele continuasse na
política.
Pelo porto de Liverpool passava a
maior parte dos produtos que chegavam e iam para o Brasil.
Embora com o posto na Inglaterra,
mantinha residência e a família em Paris.
Em Paris realiza pesquisas,
continua a colecionar mapas e documentos acerca da história política e
geográfica do Brasil, que foram de extrema importância para a sua atuação
futura na defesa dos interesses brasileiros nas questões de fronteira.
Nasce o seu terceiro filho,
Paulo.
Aos 33 anos – 1878.
Nasce o seu quarto filho, Amelie.
Aos 35 anos – 1880.
Em 1º de novembro falece o
Visconde de Rio Branco.
Aos 39 anos – 1884.
É Nomeado Delegado do Brasil na
Exposição de São Petersburgo. Com o objetivo de promover o café brasileiro. Escreve
“Uma Memória sobre o Brasil”.
Faz parte do Conselho privado do
Imperador D. Pedro II (tal nomeação era um passo anterior para a nobreza).
Recebe a Ordem da Rosa, a maior
condecoração do Império.
Aos 40 anos – 1885.
Nasce o seu quinto filho,
Hortênsia.
Aos 43 anos – 1888.
Em 03 de maio a Princesa Isabel,
então na regência do Brasil, concede-lhe o título de Barão, pelos serviços
prestados ao império e como deferência ao filho do autor da Lei do Ventre Livre.
Aos 44 anos – 1889.
De 6 de maio a 31 de outubro de
1889, acontece em Paris a Exposição Universal, tendo sido construída a Torre
Eiffel, como um arco para a entrada desta exposição. Rio Branco foi o grande
responsável pelo lançamento do “Album de vues du Brésil” (Álbum de paisagens do
Brasil), a última peça utilizada para a promoção do Brasil Imperial, com
fotografias que ilustravam as principais cidades do país e seus arredores.
Com a Proclamação da República,
há uma fase de retração e esquecimento, pois ele serviu ao império com
dedicação e possuía título de nobreza.
Passa a assinar José Maria da
Silva Paranhos do Rio Branco ou, apenas, Rio Branco.
Continua cônsul na Inglaterra.
Aos 45 anos – 1890.
Casa-se com Marie Philomène
Stevens, em Londres.
Aos 46 anos – 1891.
Em 24 de fevereiro é promulgada a
nova Constituição do Brasil, a Constituição da República dos Estados Unidos do
Brasil, na Seção II – Declaração de Direitos, Art. 72, § 2º - “Todos são iguais
perante a lei”, quando são extintos os títulos nobiliárquicos.
Sob o pseudônimo de Ferdinand
Hex, escreveu sobre a morte (ocorrida em 5 de dezembro de 1891, na cidade de
Paris) e os funerais de D. Pedro II, considerada a mais completa a que a se
teve acesso.
No Jornal do Brasil publicou suas
“Efemérides brasileiras (1893
a 1918)” e “Cartas de França”, usando pseudônimos; elas
continham críticas a república.
Nomeado Superintendente do
Serviço de Imigração (em Paris), em substituição ao Conselheiro Antônio Prado,
cumulando com o consulado da Inglaterra.
Publica artigos em jornais
europeus estimulando a imigração para o Brasil de trabalhadores rurais,
principalmente de italianos e alemães.
Aos 48 anos – 1893.
O Presidente da República e
também Maçom, Floriano Peixoto o nomeia Enviado Extraordinário e Ministro
Plenipotenciário do Brasil junto ao governo dos Estados Unidos da América.
Advogou para o Brasil na Questão
do Território de Palmas, ou Missões (Sete Povos das Missões), território disputado
pelo Brasil e a Argentina. A defesa foi apresentada em seis volumes (A questão de limites entre o Brasil e a
República Argentina, 1894). O árbitro da questão foi o Presidente americano
Grover Cleveland. A decisão favorável ao Brasil foi prolatada em 05/02/1895, no
governo do Presidente da República e também Maçom, Prudente de Moraes, adicionando
ao nosso território um área de 30.622 km2.
Foi reconhecida a sua capacidade
de trabalho, competência histórico-Geográfica e erudição.
Aos 50 anos – 1895.
Retorna para Paris.
Aos 53 anos – 1898.
No governo do Presidente da
República e também Maçom, Prudente de Morais, é chamado a defender o Brasil na
Questão de Limites com a Guiana Francesa. O árbitro da questão foi o presidente
da Confederação Suíça, Walter Hauser. A defesa brasileira foi apresentada em
sete volumes (A questão de limites entre o Brasil e a Guiana Francesa,
1899-1900).
Com aproximadamente 48 anos falece,
em Paris, Marie Philomène Stevens.
Aos 55 anos – 1900.
A decisão favorável ao Brasil na
Questão de limites com a Guiana Francesa foi prolatada em 1º/12/1900, no
governo do Presidente da República e também Maçom, Campos Salles, acresceu área
de 260.000 km2 ao nosso território.
Em 31 de dezembro Rio Branco foi
proclamado benemérito brasileiro.
Aos 56 anos – 1901.
Nomeado Ministro do Brasil, em
Berlim, pelo Presidente da República e também Maçom, Campos Salles.
Aos 57 anos – 1902.
Convidado pelo Presidente da
República Rodrigues Alves para assumir o Ministério das Relações Exteriores.
Retorna para o Brasil em 1º de
dezembro.
Remodela e moderniza o Ministério
das Relações Exteriores, conhecido por Itamaraty (cujo significado é: corrente
por entre pedras soltas ou rio dos cristais ou diamantes), a “Casa de Rio
Branco”.
Foi Chanceler nos governos de Rodrigues
Alves (1902-1906), do Maçom Afonso Pena (1906-1909), do Maçom Nilo Peçanha
(1909-1910) e do também Maçom Marechal Hermes da Fonseca (1910-1914).
Aos 58 anos – 1903.
Em 17 de novembro é assinado o Tratado
de Petrópolis entre o Brasil e a Bolívia, dando fim à Questão do Acre. No local
atuava o gaúcho Plácido de Castro (junto aos seringueiros). Foi anexado ao
Brasil um território de 190.000 km2. Compensações para a Bolívia: pequena área
do Estado do Mato Grosso (3.000 km2), pagamento de £ 2.000.000,00 e construção
da estrada de ferro Madeira-Mamoré.
Aos 60 anos – 1905.
Rio Branco atua junto a Santa Sé,
no Papado de Pio X, para a criação do primeiro Cardinalato no Brasil e o
primeiro na América Latina. Nomeado o Cardeal Joaquim Arcoverde de Albuquerque
Cavalcante.
Sugere a Hermes da Fonseca o
envio de uma missão militar para o Império Alemão com o objetivo de treinamento
avançado. Estes militares ficaram conhecidos como os “Jovens Turcos”, pois
militares da Turquia também realizaram tal treinamento.
Aos 61 anos – 1906.
Participa da III Conferência
Americana, no Palácio de Monroe, na cidade do Rio de Janeiro.
Aos 62 anos – 1907.
Envia Ruy Barbosa para a
Conferência da Paz, em Haia. O
brilhante advogado, político e também Maçom ficou conhecido como “O Águia de
Haia”. Ele foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras.
Rio Branco é Eleito Presidente do
Instituto Geográfico e Histórico Brasileiro (1907 a 1912).
Aos 63 anos – 1908.
Questões diplomáticas com o
Uruguai são resolvidas através do Tratado de Condomínio da Lagoa Mirim e Rio Jaguarão
(Río Yaguaron).
Em sua homenagem uma cidade uruguaia
recebe o seu nome: Rio Branco. Uma ponte internacional liga essa cidade ao
município de Jaguarão, no Brasil. Ela recebeu o nome de Ponte Barão de Mauá, um
grande amigo de Rio Branco e também Maçom.
Convida o Engenheiro Augusto
Ferreira Ramos para projetar um teleférico para o acesso ao Morro da Urca, o
famoso “Bondinho do Pão de Açúcar”.
Aos 64 anos – 1909.
A 08 de setembro é assinado o Tratado
de Limites com o Peru. O Peru reivindicava parte do território do Acre. O
Tratado do Rio de Janeiro concedeu ao Peru cerca de 40.000 km2 do Acre,
estabelecendo a atual fronteira.
O nome de Rio Branco é lembrado
para a sucessão presidencial. Ele recusa, pois não havia unanimidade pela sua
candidatura. Foi eleito o Maçom Nilo Peçanha.
Aos 66 anos – 1912.
Durante o governo do Maçom
Marechal Hermes da Fonseca, a 10 de fevereiro, Rio Branco falece no Rio de
Janeiro, ainda no cargo de Chanceler. Houve luto oficial e diversas homenagens.
Está enterrado no cemitério do Caju – RJ, no jazigo da família.
Curiosidades:
Anexou ao Brasil uma área com,
aproximadamente, o tamanho da Espanha.
O filho Raul do Rio Branco
tornou-se diplomata.
O filho Paulo do Rio Branco consagrou-se
como jogador de Rugby.
VIDA MAÇÔNICA:
Aos 25 anos – 1870.
José Maria da Silva Paranhos (o Visconde)
é eleito Grão-Mestre e Soberano Grande Comendador do Grande Oriente do Brasil,
do Lavradio (na mesma época havia o Grande Oriente do Vale dos Beneditinos, de
Joaquim Saldanha Marinho e o Grande Oriente do Passeio, de Manoel José de
Freitas Travassos). Foi reeleito e ocupou o cargo até 1880, ano do seu
falecimento.
Aos 26 anos – 1872.
Em 3 de fevereiro Paranhos Júnior
foi iniciado na Maçonaria, no Rito Escocês Antigo e Aceito, na A.R.L.S. Estrela
do Norte, Oriente do Rio de Janeiro.
Aos 27 anos – 1873.
Foi eleito Venerável Mestre da
sua Loja.
Atingiu o Grau 18, sendo o Orador
do seu Sublime Capítulo Rosa Cruz.
Aos 28 anos – 1874.
Em 1º de julho atinge o Grau 31.
Aos 29 anos – 1875.
Reeleito Venerável Mestre da sua
Loja.
Aos 30 anos – 1876.
Em 17 de junho, já com o Grau 33,
é titulado como Filiando Livre do quadro de sua Loja.
ALGUMAS OBRAS:
Efemérides brasileiras (1893 a 1918)
Cartas de França.
A questão de limites entre o Brasil e a República Argentina (1894)
A questão de limites entre o
Brasil e a Guiana Francesa (1899-1900)
Episódios da Guerra do Prata.
Uma Memória sobre o Brasil.
História Militar do Brasil.
Esboço da História do Brasil, em
francês.
Biografia de Dom Pedro II.
ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS – ABL:
Aos 52 anos – 1897.
A ABL é criada por Machado de
Assis e outros escritores brasileiros. Ela compõe-se de quarenta cadeiras
vitalícias. Quando da sua fundação o nome de Rio Branco, que estava residindo
em Paris, foi lembrado, todavia ele perdeu a eleição para as últimas dez
cadeiras.
Aos 53 anos – 1898.
Falecendo Pereira da Silva, o
primeiro ocupante da Cadeira nº 34, Rio Branco é eleito para a vaga, tendo
tomado posse por correspondência.
Curiosidade: com o
falecimento de Rio Branco em 1912, assumiu a Cadeira 34 da ABL o catarinense
Lauro Müller que, por coincidência, também o sucedeu no cargo de Chanceler.
HOMENAGENS:
Presidente Perpétuo do Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro.
Patrono da Diplomacia brasileira
(1945).
Comemorado o Dia do Diplomata, 20
de abril, na data de nascimento do Barão.
No centenário do seu nascimento, 1945,
foi criado o Instituto Rio Branco. Símbolo da Diplomacia brasileira.
A condecoração “Ordem do Rio Branco”, foi instituída pelo Decreto nº 51.697,
de 5 de fevereiro de 1963, e tem como escopo “distinguir serviços meritórios e
virtudes cívicas, estimular a prática de ações e feitos dignos de honrosa
menção”. É concedida pelo Ministério das Relações Exteriores. Possui uma expressão
em latim “Ubique Patriae Memor”, extraída do ex-libris do Barão do Rio Branco e que se pode traduzir
como “Em qualquer lugar, a lembrança da Pátria”.
A capital do Estado do Acre, em 1912,
passou a se chamar Rio Branco, em substituição a Penápolis (homenagem ao Presidente
Afonso Pena).
Nome de uma cidade no Uruguai,
Rio Branco, no Departamento de Cerro Largo, vizinha da cidade de Jaguarão – RS.
Município de Paranhos, no Mato
Grosso do Sul.
Efígie em notas e moedas
brasileiras. O famoso “Barão”.
Inúmeras escolas, ruas e
avenidas.
O filme A vida do Barão do Rio
Branco (1912). Filme mudo, em preto e branco, apresenta os principais feitos
diplomáticos do Barão.
Patrono da Cadeira nº 26, da
Academia Maçônica de Artes, Ciências e Letras do Estado do Rio de Janeiro.
Patrono da Cadeira nº 3, da
AMLERS.
Fontes:
Acesso: 17/03/2019
CASTELLANI, José; CARVALHO, William
Almeida de. História do Grande Oriente
do Brasil : A Maçonaria na História do Brasil. São Paulo : Editora Madras,
2009. 528p.
CASTELLANI, José. A ação secreta
da Maçonaria na política mundial. São Paulo : Editora Landmark, 2007. 2 ed.
rev. 176p.